De autoria da Psicóloga Rogéria Batista Bortole, e coautoria da Fisioterapeuta Renata Rodrigues de Matos, o trabalho Grupo de cuidadores “o amor transpõe barreiras”: cuidando de quem cuida surgiu da demanda observada pelos profissionais de saúde dentro do próprio município.
A Fisioterapeuta do Centro de Reabilitação da localidade de Ouro Branco, coautora da pesquisa, observou que, durante os atendimentos fisioterápicos grande parte dos acompanhantes (cuidadores e/ou familiares) permanecia no local e relatavam dificuldades e desafios no cuidar do paciente. Surgiu então a necessidade de um espaço de escuta e acolhida qualificada diante da alta demanda dos cuidadores dos pacientes.
O objetivo principal do projeto foi propiciar aos pais e cuidadores de portadores de necessidades especiais um espaço de apoio, reflexão e promoção de autocuidado físico e mental, levando-os, assim, a pensarem sobre a sua própria necessidade de cuidado. A meta foi alcançar a maior adesão possível por parte dos cuidadores, para proporcionar encontros cheios de vivências, com trocas de experiências, e proporcionando aos participantes um espaço de orientações de profissionais da saúde que, além de apoio, também são uma ponte para detectar e encaminhar os cuidadores aos serviços que estes necessitam.
O grupo é coordenado pelas autoras do trabalho, que fazem parte do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) do município e são responsáveis por ouvir as demandas do grupo e organizar as atividades. Outros profissionais da área da saúde e educação, como médicos, dentistas, fonoaudiólogos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde (ACS), professores e monitores participam fazendo orientações. A pesquisa também tem o apoio da Secretaria de Assistência Social, que fornece o espaço para a realização dos encontros do grupo.
“Acredito que a maior importância deste trabalho é melhorar a qualidade de vida dos cuidadores e fortalecer o vínculo afetivo envolvido na relação do paciente cuidado e de seu cuidador. Como resultado, identificamos a diminuição das queixas dos cuidadores assim como melhora na qualidade de vida, fortalecimento dos vínculos familiares e afetivos e a percepção por parte dos cuidadores de que o grupo é um espaço de acolhimento das queixas, dores e delícias de cuidar”, afirma a autora Rogéria Batista Bortole.
As pesquisadoras têm como projeto futuro vislumbrar maneiras de conseguir a adesão de mais cuidadores e implantar grupos desses com profissionais da saúde, principalmente da atenção básica. “Nosso maior agradecimento é aos cuidadores, pois sem eles este grupo não aconteceria. Obrigada por, em suas práticas de cuidados cotidianos, nos ensinarem a sermos melhores profissionais, melhores cuidadores, nos proporcionando um espaço de ampla reflexão, de aprendizagem e de empatia com o outro”, aponta a Coordenadora.