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Como a atenção básica e vigilância ambiental transformaram a integração em alcance de metas

Publicado em:
19 de abril de 2024

Apresentaremos aqui os trabalhos que foram premiados durante o 1º Congresso de Secretarias Municipais de Saúde. Hoje o nosso Cosems/MT traz um pouquinho sobre a experiência “Como a atenção básica e vigilância ambiental transformaram a integração em alcance de metas”, de autoria do Antonio da Silva e coautoria da Jeane de Souza Pinheiro e Amanda Caroline Soares Luqui Rodrigues.

APRESENTAÇÃO

A organização dos serviços de saúde é fundamental para que as Secretarias de Saúde realizem a correta adequação entre as necessidades da população e os objetivos a serem alcançados. Por vezes a organização de ações estratégicas é a chave para resolução de problemas apresentados. Em 2017 a Política Nacional de Atenção Básica, mostrou que
muitas dificuldades e problemas poderiam ter resolutividade com a integração de ações entre a Atenção Básica (AB) e a Vigilância em Saúde, pois muitas das atividades aconteciam no mesmo território. No ano de 2021, a territorialização foi o início do processo de organização das localidades que essas áreas atendem. O município de Paranaíta possui 4 equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), distribuídas em: 3 urbanas e 1 rural. A zona urbana é dividida em 19 microáreas, onde trabalham 19 Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Na Vigilância Ambiental, as localidades do município são cobertas por 5 Agentes de Combate à Endemias (ACE). Avaliando não apenas os crescentes números de casos de dengue e outras arboviroses urbanas, mas também outros agravos importantes na região, como malária, acabam por impor à equipe de ACE’s do município dificuldades em cumprir metas e manter qualidade nas atividades de rotina. A realidade acima exposta, reforçou a ideia de que a integração entre ACS e ACE, traria uma solução para potencializar, quantitativa e qualitativamente, as ações de combate às arboviroses urbanas.

OBJETIVOS

Objetivo Geral:

  • Integrar as atividades realizadas no Combate às Arboviroses, entre cargos de Agentes de Combate à Endemias e Agentes Comunitários de Saúde.

Objetivos Específicos:

  • Melhorar a divisão da relação Visitas/Agentes/Dia para aumentar a qualidade das visitas domiciliares destinadas à população.
  • Obter resposta oportuna de ações frente a casos confirmados às Arboviroses e aumento do número de casos.
  • Ampliar qualidade de cobertura do território trabalhado, especificamente de imóveis classificados como “outros”, exemplo: terrenos baldios, imóveis fechados, comércios, áreas públicas.

METODOLOGIA

Em janeiro de 2022 ocorreu a integração das áreas nas atividades de combate à dengue e o primeiro passo foi sensibilizar as Equipes da AB sobre a importância da integração. A seguir, foram realizadas capacitações com ACS e ACE, sobre o Registro Diário de Serviço Antivetorial, o trabalho de campo com técnicas de identificação e eliminação de criadouros, além de capturas de larvas e registros de visitas no domicílio.

Foi necessário também a adequação do SIS-Localidade, atualizando os cadastros das localidades, onde ficaram
organizadas de acordo com as numerações das microáreas dos ACSs. Assim o SisPNCD, Sistema do Programa Nacional de Controle da Dengue, ficou devidamente organizado para lançamento dos dados gerados pelo Registro Diário. Além disso, houve a descentralização dos Agentes de Combate à Endemias, onde as unidades urbanas contam com um ACE fazendo parte da equipe.

O ACE é uma referência dentro da equipe de PSF, participa das reuniões e faz um trabalho especial nas microáreas, locais por exemplo onde não existem famílias, tipo: terrenos baldios, comércios, casas vazias, ou seja, existe uma área sobreposta que pertence somente ao ACE e outra que pertence à ACS. Por solicitação dos próprios ACS e ACE, foi desenvolvida um mapa lúdico em Excel, com planejamento de visitas mensais, onde constam todas as informações de metas a serem cumpridas conforme classificação de risco, o que facilita a visualização das famílias já visitadas e os que necessitam recuperação.

RESULTADOS

Após dois anos de trabalho com a integração das atividades entre ACE e ACS, é indiscutível que a estratégia é extremamente útil para o serviço e usuário. Houve melhora na divisão da relação visitas/agentes/dia, aumentando a qualidade das visitas domiciliares e não domiciliares, trazendo reposta oportuna frente a casos confirmados e aumento de casos de Dengue. Relevante destacar sobre a aproximação entre os profissionais ACS e ACE que
utilizam grupos de Whatsapp para trocas de ideias e informações, possibilitando ações imediatas e oportunas no controle entomológico, somando-se ao fato de o ACE fazer parte da equipe de saúde, onde é acionado a qualquer momento pelo ACS em casos especiais e de difícil acesso. Além disso houve crescente aumento na cobertura de visitas domiciliares por ciclo, propiciando ações além da rotina de trabalho. Na prática, antes da integração não
havia cobertura de 100% dos ciclos e após a integração, o alcance tem sido acima de 100% dos seis ciclos anuais. Os mapas que são entregues para a coordenação mensalmente, contêm dados de resultados do mês anterior e as metas do mês seguinte. Assim, é possível acompanhar as visitas realizadas do ACS e ACE, garantindo a cobertura de 100% dos imóveis mensalmente. A contra referência é realizada para as equipes, com relatórios por microáreas fornecendo informações de cobertura de visitas domiciliares e de LI, além de apontar para os Enfermeiros Coordenadores das Equipes, pontos a serem melhorados

CONCLUSÕES

A integração possibilitou a organização dos processos de trabalho para as equipes. Na Atenção Básica trouxe nova visão e prática diária e na Vigilância em Saúde houve a reorganização do serviço, aumentando a efetividade nas áreas de Controle da Malária, Pesquisa de Triatomíneos, Bloqueio Químico oportuno, Campanhas de Vacinação da Raiva
Animal e atenção redobrada aos Pontos Estratégicos.

A integração das equipes traz novas ferramentas no combate ao Aedes sp. O processo de trabalho na integração é dinâmico, pois o território é vivo e sempre haverá ajustes a serem feitos e novos dados a acrescentar. No entanto, as vantagens da integração são diversas, tais como: o cumprimento das metas dos ciclos, a atuação conjunta das ACE com as Equipes da AB, a coordenação da Vigilância Ambiental participando do planejamento de ações das ESF, a melhoria dos processos de trabalho, a redução do risco de arboviroses, famílias e domicílios sob monitoramento
contínuo, o aumento de profissionais no combate diário às arboviroses, a valorização dos cargos pelos próprios profissionais, o aprimoramento na qualidade das visitas, e a possibilidade de feedback com os profissionais, permitindo o compartilhamento dos resultados obtidos e trocas de experiências.

PALAVRAS-CHAVES

Integração, ACE, ACS, Arboviroses

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