E continuando o nosso especial de entrevistas com a equipe técnica do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (Cosems/MT), a entrevistada de hoje é a Darilene Santos. Conhecida carinhosamente como Dari, é formada em Tecnologia em Processamento de Dados e pós-graduada em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde. Ela descobriu com o tempo a paixão por lidar com a saúde e se sente em casa no Cosems há 15 anos.
Cosems: Conte um pouco de como você passou a fazer parte do Cosems e qual o seu papel no Conselho.
Dari: Sempre trabalhei na área privada na parte financeira e com suporte de sistemas de informação. No ano de 2000 trabalhei com Geny Catarina Francisca Rodrigues Lopes e Zeniuda Cândida Rezende na realização da Conferência Estadual de Saúde, onde conheci mais de perto as atividades desenvolvidas pelo Cosems. Antes só ouvia falar, pois meu irmão Dejair José Perreira era Presidente do Conselho e amava o que fazia.
Eu só comecei a trabalhar no Cosems em agosto de 2003, na gestão de Luiz Soares. Eu vim trabalhar na parte financeira da Conferencia Estadual de Saúde a convite de Geny e Zeniuda e logo depois a Elizabeth de Arruda Pinto me convidou para fazer parte da equipe técnica do Cosems. Eu fui chamada para ajudá-la na gestão financeira, mais exatamente na prestação de contas, pois Beth viajava muito ministrando curso de capacitação de gestores e precisava de alguém, já que o Cosems tinha um convênio com o estado onde a maioria dos funcionários da Central de Regulação era pago pelo Conselho.
Logo comecei a auxiliá-la também na parte de contas a pagar e no dia a dia das atividades do Cosems, pois o Conselho sempre teve poucos funcionários, então mesmo que meu foco fosse a área financeira sempre fizemos de tudo um pouco, como dar suporte aos municípios nas mais diversas áreas possíveis, na realização das reuniões de Diretoria, nos encontros, enfim fazemos de tudo um pouco.
De 2009 a 2013 exerci o Cargo de Secretária Executiva do Cosems/MT em que minhas atividades se intensificaram mais um pouco, pois além das atividades do dia a dia dentro do Cosems, ainda tinha que participar de diversas reuniões no âmbito do estado e estar acompanhando a agenda da presidente mais de perto. Sem falar que quando você é secretária executiva, a responsabilidade do bom funcionamento administrativo da instituição é sua, já que o presidente não está presente todos os dias, pois não reside na capital.
Cosems: Quais os desafios pelo que o Cosems passou e passa?
Dari: Na minha trajetória pelo Cosems pude observar que o financiamento para manter suas funções sempre foi um grande gargalo. No entanto, hoje em dia 84% dos municípios são contribuintes com a instituição dando um fôlego para se manter e conquistar sua independência financeira. Vejo que hoje os maiores gargalos para o COSEMS são os espaços de representação. A saúde está muito subdividida. Como a equipe técnica é composta por seis técnicos no nível central, e os vice-presidentes regionais não residirem na capital, dificulta a ocupação desses espaços. Isso eu digo olhando para dentro da instituição.
Olhando para fora o grande gargalo do Cosems/MT é a luta pela regularização do financiamento da saúde. Ao longo de mais de cinco anos vejo esta instituição na luta para garantir as transferências dos recursos estaduais em dia, com isso os municípios tem assumido a maior parte do financiamento dos serviços de saúde que deveria ser tripartite. Outra luta importante, e que vale destacar, é a concretização da regionalização para que esta saia do papel, pois assim os municípios poderão trabalhar de forma articulada no território, de modo a atender as necessidades da população, desafogando Cuiabá.
Cosems: O que você espera para o Cosems?
Dari: Espero que o Cosems se fortaleça cada dia mais nos espaços de deliberação, representação, que consiga ser o articulador e fomentador das políticas publicas de saúde em nível regional, estadual e nacional.
