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Grupo Acolher: Grupo Psicoterapêutico de Suporte ao Luto (Água Boa)

Publicado em:
17 de abril de 2024

Apresentaremos aqui os trabalhos que foram premiados durante o 1º Congresso de Secretarias Municipais de Saúde. Hoje o nosso Cosems/MT traz um pouquinho sobre a experiência “Grupo Acolher: Grupo Psicoterapêutico de Suporte ao Luto”, de autoria da Ana Tyara Rodrigues da Silva, de Água Boa.

APRESENTAÇÃO

O luto pode ser definido como um conjunto de respostas biopsicossociais e espirituais apresentadas pelo sujeito diante do rompimento de um vínculo significativo. O luto por morte pode desencadear intenso sofrimento psíquico, bem como, dificuldade de ajustamento emocional e comportamental.

O processo de elaboração do luto é um trabalho de ajustamento à perda, que implica sofrimento e busca auxiliar o enlutado em diferentes etapas;

• Aceitar a realidade da perda, ultrapassando a tendência inicial de negá-la;
• Reconhecer e lidar com a dor da perda;
• Fazer ajustamentos em diferentes níveis, sendo eles externos e internos;
• Reenquadrar emocionalmente aquele que não está mais presente;
• Integrar emocionalmente a perda.

Diante desse contexto, a atuação do psicólogo em grupo psicoterapêutico mostrou-se eficaz na minimização do sofrimento ocasionado pelo processo de luto, tendo em vista que a proposta grupal possibilita a socialização dos pensamentos acerca do luto, servindo como multiplicador de conhecimento e intervenção comunitária.

Os participantes têm a oportunidade de compartilhar suas experiências perante a perda criando um senso de compreensão e empatia, permitindo que os participantes se sintam menos solitários, favorece a manifestação de uma diversidade de perspectivas, aprendizado e diminuição do estigma social, além do custo-efetividade.

As atividades grupais acontecem no âmbito da atenção primária (Estratégia da Saúde da Família), tiveram início no dia 13 de setembro de 2023 e permanecem acontecendo atualmente. Incluem como público-alvo adultos que estão vivenciando o processo de luto por morte.

O presente projeto foi motivado a partir da observação de que a sociedade ainda apresenta resistências culturais e tabus diante do processo de finitude humana e consequentemente não proporciona o acolhimento necessário às pessoas que estão vivenciando o processo de luto, contribuindo para a intensificação do sofrimento ou a negligência do mesmo.

OBJETIVOS

Objetivo geral:

• Acolher e minimizar o sofrimento emocional ocasionado pela vivência do luto por morte.

Objetivos específicos:
• Identificar as representações psicossociais dos participantes diante do luto;
• Oferecer informações sobre o processo de luto por morte;
• Favorecer estratégias emocionais e comportamentais;
• Identificar a presença de crenças e pensamentos disfuncionais;
• Melhorar a saúde emocional e a qualidade de vida dos participantes

METODOLOGIA

Os usuários são encaminhados pela equipe de enfermagem e equipe médica das Unidades de Estratégias de Saúde da família para o serviço de psicologia, através de encaminhamento escrito;

Posteriormente passam por uma triagem individual com a psicóloga responsável pela condução do grupo, a triagem objetiva detectar se a demanda apresentada pelo usuário é condizente com a proposta grupal.

Os encontros acontecem quinzenalmente, na unidade de Estratégia de saúde da família e tem
duração de 1h:30min.

Público-alvo: Adultos que estejam vivenciado o processo de luto por morte;

O grupo possui um caráter fechado, com no máximo de 10 participantes.

Recursos humanos: Psicólogo

Recursos materiais: Sala para atendimentos grupais, cadeiras, datashow e materiais de
desenho: Papel Sulfite (A4) branco e colorido, lápis de cor, giz de cera, tinta guache, pincel para
pintura, cola branca e cola glitter, folhas de E.V.A, caneta hidrocor colorida, lápis sulfite,
apontador, borracha, tesoura sem ponta e massa de modelar.

RESULTADOS

Através da realização do grupo psicoterapêutico de suporte ao luto foi possível observar o que a literatura afirma sobre os tatus sociais em torno do luto. Ainda impera no imaginário social que falar sobre morte é algo que deve ser evitado e que o luto precisa ser superado em um tempo determinado. Na presente experiência foi possível identificar que a vivência do luto é única e singular para cada sujeito, que o ato de compartilhar as vivências grupalmente favorece o processo de identificação social e consequentemente possibilita a minimização do sofrimento emocional e o surgimento de novas habilidades de enfrentamento, estratégias de resolução de problemas, diminuição de estigmas sociais, bem como, formas mais adaptativas para lidar com a dor ocasionada pelo rompimento do vínculo experienciado pelos sujeitos enlutados.

CONCLUSÃO

A execução do grupo Acolher proporcionou a criação de um espaço de escuta qualificada e de acolhimento à comunidade, além de trabalhar com prevenção do adoecimento psicossocial. A minimização do sofrimento psíquico ocasionado pela experiência do luto é possibilitada quando os sujeitos enlutados encontram um lugar de acolhimento distante das discriminações e dos estigmas sociais. Através da identificação das representações psicossociais dos participantes, do oferecimento de informações sobre o processo de luto, foi possível minimizar o sofrimento emocional e proporcionar qualidade de vida aos participantes mesmo após a ruptura de um vínculo
significativo ocasionado pela morte.

Entretanto, ficou evidente a necessidade de uma educação social frente ao processo de finitude, processo este que é universal a todos nós.

REFERÊNCIAS
https://www.fmrp.usp.br/wp-content/uploads/sites/356/2022/03/Cartilha-de-Suporte-ao-Luto.pdf

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