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Mostra Cosems: A integração da Atenção Básica com outros setores no enfrentamento ao uso abusivo do álcool e outras drogas em Apiacás

Publicado em:
2 de maio de 2019

Apiacás (1.050 km de Cuiabá) possui uma população estimada de 9.979 habitantes (IBGE/2018). Nos últimos cinco anos, o município vem apresentando um crescimento alarmante do uso de álcool e outras drogas, principalmente entre adolescentes e adultos jovens. Para buscar minimizar o problema social, foi desenvolvida a pesquisa A integração da Atenção Básica com outros setores no enfrentamento ao uso abusivo do álcool e outras drogas em Apiacás, de autoria de Fabiana Patrícia Leocádio Soares Pessoa.

O trabalho teve como objetivo apresentar as ações e serviços de saúde planejados e executados pela Equipe de Atenção Básica, de forma integrada com os demais setores da saúde, educação, cultura, segurança e assistência social, no combate ao uso abusivo de álcool e outras drogas, com o foco no trabalho de educação preventiva e sensibilização da sociedade sobre os malefícios do uso dessas substâncias. Como metodologia, foram realizadas pesquisas bibliográficas, atividades desenvolvidas nas escolas, atendimentos individuais nas Estratégias Saúde da Família (ESF), abordagem familiar em domicílio e reuniões intersetoriais para monitoramento e avaliação dos casos e das ações.

O primeiro passo foi a criação do Grupo de Trabalho Intersetorial (GTI) composto por representantes dos setores envolvidos para estudo e elaboração do planejamento das ações. Depois foi o desenvolvimento de atividades nas escolas estaduais e municipais com a divisão de estratégias em Etapas (oficinas educativas; apresentação e discussão de filmes sobre a temática; construção de trabalhos sobre o tema; apresentação à comunidade escolar dos trabalhos elaborados e premiações). Após estes passos, a pesquisa detectou os dependentes nas escolas e seus familiares, bem como os casos identificados pelas ESF, para realizar o acompanhamento. Com isso, foram promovidas as reuniões quinzenais com os setores envolvidos para monitoramento e avaliação de cada caso.

A pesquisa trouxe muitos resultados positivos, dentre eles: foram realizadas 28 oficinas de prevenção às Drogas, no período de três meses nas escolas estaduais (Portal da Amazônia e Vinícius de Moraes) e municipais (Paulo Freire e no Arumã), tendo a participação de 1.396 alunos; acompanhamento semanal pelas ESF e Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf) de sete dependentes químicos com abordagem familiar; encaminhamento dos dependentes para acompanhamento Psiquiátrico e Psicoterapia.

Dos sete casos acompanhados, dois (28%) estão em recuperação, apresentando um retorno da autoestima, melhoria na condição de saúde e fortalecimento do vínculo familiar; retorno ao convívio familiar das crianças que estavam abrigadas desses dois casos em recuperação; fortalecimento das ESF e Nasf no desenvolvimento das ações a partir do apoio do Ministério Público e das Delegacias Civil e Militar; intensificação da temática sobre as drogas nas ações do Programa Saúde nas Escolas (PSE); formação de alunos multiplicadores sobre o tema em cada escola.

Como considerações finais do trabalho, a pesquisadora Fabiana relata que o desafio de enfrentamento das drogas ainda é grande, pois a Política Nacional de Combate às Drogas ainda não é efetiva, principalmente em municípios de pequeno porte que não possuem Centro de Assistência Psicossocial (Caps). Segundo ela não há um processo de educação permanente para os profissionais da atenção primária nem a liberação regular de recursos financeiros específicos para a prevenção e controle das drogas.

“Dessa forma, a alternativa mais eficiente e condizente com a realidade do município de Apiacás foi fortalecer a integração da Atenção Básica com outros setores, com o propósito de compreender a dependência como uma condição crônica de saúde, necessitando de tratamento e cuidados em longo prazo para o resgate à valorização da vida como um bem social e à construção de um futuro mais digno e saudável”, aponta Fabiana.

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