De autoria da Catia Freitas Luciano, Matheus Leandro Freiria e Valdelírio Venites, o trabalho “Teledermatologia, conhecimento e tecnologia a favor do usuário” de Sorriso foi um dos selecionados na Mostra. O projeto começou a ser pensado em 2017 visando diminuir a fila por Dermatologista, que chegou a mais de 1600 pacientes aguardando para atendimento com um tempo de espera que superava 20 meses e também para proporcionar uma avaliação mais breve do especialista.
A gestão entendeu que, além de aumentar a oferta de consultas, era necessário buscar conhecimento e tecnologia para o diagnóstico rápido de lesões de pele, garantindo assim o devido encaminhando do paciente após o primeiro laudo. É aí que entra a teledermatologia, tecnologia que utiliza dermatoscopia para visualização da pele ou lesão. Este é um método não invasivo que permite a avaliação de estruturas morfológicas da pele não acessíveis a olho nu, aumentando a acurácia do exame clínico de 60 para 90%.
Em outubro, após visita ao Núcleo de Santa Catarina, onde esse há esse trabalho em nível estadual, e a capacitação dos profissionais foi realizada a implantação em Sorriso da 
teledermatologia. Na prática, os pacientes atendidos nas Unidades de Saúde da Família (USF) com lesões de pele suspeitas são encaminhados para a realização do exame com a tecnologia. Essa imagem é encaminhada junto com um questionário de avaliação do paciente para que especialistas avaliem a lesão.
Em um tempo curto o laudo dessa imagem é devolvido para o médico da unidade, que de posse dessa informação define a continuidade do tratamento. Quando necessário, é pedido a realização de exames complementares e o paciente é encaminhado para avaliação presencial do dermatologista.
Nos primeiros quatro meses do projeto piloto, de livre adesão dos profissionais, 11 diferentes médicos, representando 47% dos profissionais das USF, referenciaram 46 usuários para o projeto. Foram examinadas 83 lesões e gerados 63 exames, cada exame pode conter até três diferentes lesões do paciente. Os laudos, realizados por dermatologistas, seguem protocolos clínicos e são descritos na tabela abaixo.
Os primeiros resultados apontam que 56% dos pacientes não precisaram passar por consulta presencial com especialista, tendo seu problema resolvido na atenção primária com apoio diagnóstico e, quando necessária, sugestão de tratamento no próprio laudo. Já os pacientes com indicações de consulta presencial foram priorizados de acordo com a indicação contida no laudo.
Após essa primeira análise, a gestão municipal avaliou como positiva a ação, destacando o baixo custo de implantação do projeto e alta efetividade e resolutividade, pois os pacientes que entrariam numa fila de espera hoje têm seus exames realizados no município e laudados em até 72 horas.
Em março de 2019 os encaminhamentos para dermatologia serão vinculados à prévia inserção do paciente no programa de teledermalogia, garantindo assim acesso do especialista a todos os pacientes e de forma presencial a quem precisa em tempo efetivo. É importante registrar que o Telessaúde/MT é pioneiro na adesão a Oferta Nacional de Telediagnóstico em dermatologia, e Sorriso é o primeiro município não catarinense a aderir a esse serviço.
Os autores afirmam que o projeto só foi possível pela parceria da Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento de Sorriso, o Núcleo Técnico Científico de Telessaúde de Mato Grosso e o Instituo Assistencial de Desenvolvimento (IAD).
“Agradecemos aos gestores municipais Devanil Barbosa e Luis Fábio Marchioro, que sempre nos incentivaram a buscar novas experiências e acreditaram nesse projeto, ao Núcleo Técnico Científico de Telessaúde/MT que nos apresentou a ideia, pela iniciativa a apoio constante, ao Núcleo de Telessaúde/SC que acolheu Sorriso na visita técnica e não mediu esforços para a implantação do projeto e ao IAD que também acreditou na potencialidade desse trabalho e na possibilidade de expansão para os demais municípios do Estado”, destaca os autores.
