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Projeto Apoiadores: Katlin, a garra e perseverança que estão sempre presentes

Publicado em:
3 de outubro de 2018

 width=A entrevistada de hoje tem uma característica bem marcante: é sagaz, perseverante, agregadora. Este é a Katlin Cristina de Oliveira Fernandes, apoiadora do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (Cosems/MT) da Regional Sul Mato-Grossense. Ela não brinca em serviço, e ao longo de dois anos já conseguiu agregar os gestores da região e mostrar que juntos eles são mais fortes.

A apoiadora é formada em Pedagogia pelo Centro Universitário de Várzea Grande (Univag) e em Serviço Social pela Universidade Unopar/PR. Possui especialização em Gestão da Clínica pelo Hospital Sírio-Libanês/SP. Atualmente tem 46 anos e fala com o maior orgulho do mundo que é mãe de dois príncipes que estão se formando médicos!

A vida profissional da Katlin começou aos 15 anos, quando começou a trabalhar como recepcionista e técnica de coleta em exames laboratoriais no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Municipal Nossa Senhora do Sacramento em Nova Brasilândia/MT (1986-1988). Aos poucos foi crescendo e aprendendo. Trabalhou como atendente de recepção e agendamento na Secretaria de Saúde do Município junto à Policlínica (1989-1990).

Mudou-se para Cuiabá para estudar e atuou na Subsecretária da Secretaria de Justiça onde lidava com direcionamentos da saúde (1990-1993). Ao retornar a Brasilândia voltou a trabalhar na Policlínica de Saúde e também com Auxiliar de Escrivã na Delegacia Municipal de Nova Brasilândia (1993-1995).

Katlin, depois de alguns anos, mudou-se para Rondonópolis, onde ministrou aulas na rede estadual e municipal (1996-2004) e também trabalhou na Santa Casa de Misericórdia do município como Secretária de Administração (1997-2004), onde, segundo a apoiadora, aprendeu e entendeu o verdadeiro amor que sentia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A carreira é extensa. Também integrou a equipe de Saúde de Pedra Preta, como Coordenadora de Regulação, Tratamento Fora do Domicílio (TFD) e Ambulatório. Em 2009 foi convidada para ser gestora em saúde no Município de São José do Povo. “Esta gestão foi algo transformador em minha caminhada emocional e profissional no SUS. Nós reconstruímos um município com todos os tipos de dificuldades em saúde e entregamos totalmente organizado. Foi uma gestão trabalhada arduamente e com toda responsabilidade organizacional possível”, aponta Katlin.

Seguidamente assumiu a Coordenação das Clínicas e Emergência do Hospital Regional Irmã Elsa Geovanella pela Secretaria de Estado de Saúde do Mato Grosso (SES/MT), experiência que serviu de aprendizado incalculável para a apoiadora. Também acompanhou o processo de abertura de uma grande empresa de transporte em Homecare em Rondonópolis.

Foi convidada a assumir como gestora em saúde em Pedra Preta (2013) e também para assumir os Prontos Socorros Adulto, Infantil e terceiros turnos de Rondonópolis (2015). Sem nenhuma matéria negativa e com trabalho reconhecido pela capacidade foi convidada para assumir como Secretaria Adjunta de Rondonópolis, onde ficou até o termino da gestão.

E a perseverança da Katlin é contagiante. Foi por duas vezes escolhida como Vice Regional Cosems Região Sul. Em 2017 assumiu como Gerente de Atenção Básica em Campo Verde e foi indicada como Apoiadora Cosems da Região. “Com 19 municípios gigantes em garra, dificuldades que buscamos sanar em união, onde temos uma gama de gestores 100% Cosems atuantes dia a dia”, aponta. Isto mostra uma mulher que é considerada a mãe da Região Sul Mato-Grossense, um porto seguro, um divisor de águas, uma cuidadora de gestores que desenvolve um trabalho ímpar no apoio na região. Confira a seguir a entrevista com a apoiadora Katlin.

Cosems: Como você avalia o Projeto Apoiadores?

Katlin: Avalio como um projeto totalmente inovador, um dos maiores acertos em saberes dos últimos tempos no que tange o fortalecimento do SUS. Sua beleza em conhecimento responsável e riqueza positiva, em evolução psíquico profissional com este espaço que a muito precisava deste projeto, no qual fica claro o quanto se pode avançar quando se faz de maneira substanciada de saberes dignos, existentes e realmente qualificados de entendimento. Neste espaço onde o transmitir acontece de forma clara, correta, abrangente e forte, mas com uma delicadeza de entendimento totalmente abrasadora. Falo como enlouquecia deste projeto, pois o vivo intensamente e com respeito.

Vejo que o mesmo está sendo o diferencial em nossa regional com 19 gestões não homogêneas, mas com hegemonia em crescimento sim, onde as realidades em dificuldades são diferenciadas, mas a construção de trabalharmos de maneira integralizada mediante as dificuldades está tornando-se frequente e mediante a troca deste diálogo que vem sendo fortalecido após o surgimento do projeto Apoiador.

É enriquecedor viver este momento único, mesmo com as grandes dificuldades que vivenciamos, a sobrevivência digna e correta do SUS. Ver este renascimento de forma simples, mas se tornando fator positivo em reconstrução do velho que se faz novo constantemente e aos saberes que a muito sonhamos entender e vivenciar e que hoje está acontecendo dia a dia. É um dialogar constante, sistematizado, qualificado e substanciado sempre que necessário.

É fato o quanto este projeto substancia as gestões, as acorda a verem que estão inclusos em uma construção de legalidade e de continuidade de vidas, no qual este avançar precisa e é necessário estar sendo construído em bases sólidas e concretas de saberes concisos e eficazes.

Cosems: Tem alguma particularidade a região que você atua?

Katlin: A Região Sul Mato-Grossens comporta a maior quantidade de municípios, com vazios sanitários grandes, com municípios em extensão territorial enormes, que detém uma miscigenação que nos faz sermos bastante receptivos e acolhedores na maneira de ser e em saberes a serem multiplicados e compartilhados. A miscigenação populacional vai do extremo ao outro do país no que tange aos moradores de cada município.

Vejo o quanto ainda sofremos com os deslocamentos para atendimentos em macro e alta complexidade, mas com estas dificuldades estamos construindo e instalando linhas de cuidados e serviços de média e alta complexidade junto as microrregionais, tornando assim os serviços a serem oferecidos aos usuários menos dolorosos tanto na espera, quanto em distâncias junto às referências pactuadas e habilitadas.

É fato o quanto nossa regional tem crescido populacionalmente e o quanto nossos serviços ofertados se agigantaram. Mesmo mediante a uma economia frágil, crescente e frequente, mesmo com a crise econômica, temos caminhado positivamente. Temos muitos gargalos ainda no âmbito de reestruturação e reconstrução em saúde que requerem cuidados, sim, muitos, mas não desistimos, temos lutado, buscado, planejado, reconstruindo onde observa-se lacunas, e onde requer aprimoramento.

Somos uma regional que se subdivide, mas que não se distancia. Que busca uma melhora igualitária, mas cada qual com suas dificuldades e facilidades pontuadas, mas sem rusgas de entendimento, temos buscado construir gestões solidadas em serviços junto à micro, mas com total integração a macro. Vejo no calor das discussões com os produtos de crescimento profissional, institucionalizando-os de forma forte e coerente, mas ainda a arroubos de sonhos não ineficazes. E vamos de maneira sucinta e inteligente tangendo, demostrando de acordo as portarias e formas de seguimentos instituídos, o que é correto, o que pode ser legal, ou não, o que pode dar certo e como podemos fazer acontecer com clareza, responsabilidade, eficácia e continuidade junto ao SUS.

Cosems: O que mudou desde quando entrou no apoio?

Katlin: As mudanças estão evidentes, onde não tinha diálogo, hoje tem, onde não havia respeito, hoje há, onde não se sabia o que era cada município, como, de que maneira acontecia e se fazia saúde. Há esta troca de experiências e vivências. Hoje observo 19 gestores que se conhecem pelo nome, município, prefeito e equipes de trabalho. Foi fácil? Não, ainda não é.

Vejo que o nascimento e instituição do Colegiado de Gestores Municipais (CGM) foi algo inexplicável, e me emociona. Eles fazem questão deste momento só deles, onde dividem suas dificuldades, acertos, sem pudores de estarem dizendo coisas erradas no que tange o âmbito da saúde, mas sim buscando saber onde erraram, como fazer corretamente, de que maneira, ou simplesmente dividindo as angustias do dia a dia, e vejo surgir grandes gestores.

Outro fator enriquecedor está sendo a valorização que cada gestão tem feito junto as equipes de trabalho, onde hoje o EU se tornou o NÓS, e isto tem feito as gestões darem um salto em ações junto aos indicadores, demandas de urgências, e a todos estes avanços observa-se experiências brilhantes, uns com maior propriedade, outros com menores, mas não menos eficazes a estas gestões. É lindo vivenciar momentos assim, nos quais o reconstruir vem sendo amparado a diálogos fortes que promovem discussões calorosas, mas não menos enriquecedoras, e que dão origem e seguimentos de demandas fortes e que necessitam de desconstrução para uma construção com total eficácia.

Cosems: Quais os principais desafios do Cosems e da saúde no estado, e sua região?

Katlin: O nosso principal desafio foi tornar nossa regional 100% Cosems. Isto eu consegui e me sinto lisonjeada. Outro fator importante foi eles acreditarem no Projeto Apoiadores e fazerem desta ferramenta algo bom, respeitoso, necessário e utilizá-lo com confiança e seguridade, e vejo o quanto isto tem se mostrado verdadeiro. Vejo que a nossa interação está forte, coesa, firme e com uma constância incrível, e os resultados já vejo. 100% de planos de saúde construídoa, algo inusitado em nossa regional há muitos anos. Foi fácil? Não foi, ainda há muito que acertar sim, mas já conseguimos fazê-los ter consciência da importância das ferramentas do SUS.

Enfim, hoje eles sabem que muito ainda precisam se aprimorar e eles têm a certeza que o apoiador está aqui, para apoiá-los quando necessário for, que o APOIADOR COSEMS REDE COLABORATIVA existe e irá sempre substancia-los quando necessário o for. E quando as respostas necessárias não estivem dentro do conhecimento do apoiador, ele buscará junto às demais células, mas é fato, sozinho hoje o gestor não está, pois nós apoiadores estamos aqui, de maneira simples, íntegra, sempre sendo qualificados para melhor empodera-los e principalmente com uma escuta apropriada e qualificada para os mesmos e suas equipes quando se fizer necessário.

Cosems: O que você espera para o futuro do Cosems?

Katlin: Que cada vez mais ele seja respeitado por nossos gestores e técnicos, que sua importância seja vista de forma forte e atuante como já é e faz. Que seu pulsar junto à construção de um SUS forte como deve ser seja sempre e frequente, e que todas as gestões o veja como um órgão de acesso ao que de melhor o SUS pode oferecer em continuidade, qualidade e resultados positivos.

Observo hoje que se não tivéssemos um Cosems como o nosso, como teríamos sobrevivido diante de um quadro tão difícil em discussões junto aos espaços de Colegiados, Comissão Intergestores Regional (CIR) e Comissão Intergestores Bipartite (CIB). É fato o quanto a força do Cosems hoje protege e substancia as gestões em detrimento de todas as nossas angústias e dificuldades mais latentes e presentes. Espero então a cada dia que o Cosems tenha um futuro correto, forte e engrandecedor junto à construção de gestões sólidas, fortes e eficazes sempre.

Busco o que quero, mas consigo o que de melhor eu posso quando entendo que juntos somos sempre melhores e mais fortes!

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