Apresentaremos aqui os trabalhos que foram premiados durante o 1º Congresso de Secretarias Municipais de Saúde. Hoje o nosso Cosems/MT traz um pouquinho sobre a experiência “Reorganização da RAPS no município de São José do Rio Claro, através da Atenção Básica de Saúde”, de autoria da Cleide Maria Anzil e coautoria de Sirlei Aparecida Marino Moretti, Regiane Marques de Oliveira Silva, Victoria Lemes Ferreira Araujo, Fabja Araujo Da Silva, Maria Santana da Silva Vieira, Claudia Regina Garcia da Rosa, Tais Caroline Soares Kuhn, Cristiane Miqueloti, Talita Silva, Luiz Henrique de Oliviera Carneiro
APRESENTAÇÃO
A saúde mental é um tema de extrema relevância nos tempos atuais, e sua importância é cada vez mais evidente, não apenas em grandes centros urbanos, mas também em municípios de pequeno porte. Essas comunidades muitas vezes enfrentam desafios significativos quando se trata de oferecer apoio adequado às necessidades de saúde mental
de seus habitantes, devido à escassez de recursos, falta de protocolos estabelecidos e carência de políticas públicas voltadas para esse tema crucial. Neste contexto, este projeto se propõe a abordar e enfrentar esses desafios, buscando promover a saúde mental e o bem-estar emocional da população em um município de pequeno porte que carece desses recursos essenciais, mais tem uma atenção básica disposta a reorganização desse serviço e uma atenção especializada com o mesmo propósito. A saúde mental não está dissociada da saúde geral, e por isso que se faz necessário reconhecer que as demandas de saúde mental estão presentes em diversas queixas relatadas pelos pacientes que chegam aos serviços de Saúde, neste caso em especial a Atenção Básica. Cabendo aos profissionais o desafio de perceber e intervir sobre estas questões. Entendendo que as práticas de saúde mental poderão serem realizadas por todos os trabalhadores na Atenção Básica em conjunto com a especializada, independentemente de suas formações específicas, sobretudo, de que estes profissionais incorporem ou aprimorem competências de cuidado em saúde mental na sua prática diária.
OBJETIVOS
Reorganizar a RAPS – Rede de Atenção Psicossocial, através da atenção básica, tendo como suporte a rede especializada. Inserindo novos protocolos, fluxos, infraestrutura, tecnologias, para melhoria de acesso, inclusão, organização, acolhimento, assistência, matriciamento e monitoramento dos pacientes, com intuito de colher resultados de acesso e qualidade de vida aos pacientes saúde mental, no município de São Jose do Rio Claro MT.
METODOLOGIA
Neste processo de reorganização da RAPS, foram utilizadas várias metodologias, a primeira delas foi diagnostico situacional no ano de 2022 e concluído em abril de 2023, a partir deste diagnostico, iniciou-se o planejamento do projeto, e todas as suas etapas tais como: Escrever Projeto, Apresentar a Equipe atenção básica e atenção especializada e outros atores, para alterações, após foi repassado ao Conselho Municipal de Saúde, para validar o projeto por inteiro e assim dar início as etapas de criar Tecnologias para suporte de equipe, e depois Execução, Identificação e um modelo de Estratificação de Risco. Nessa etapa focamos no mapeamento e classificação dos riscos de saúde mental um sistema detalhado para análise e acompanhamento. Esta fase permite a identificação precisa das necessidades individuais, assegurando intervenções direcionadas. Organização e Preparação: Desenvolvemos
protocolos, fluxos e normativas essenciais para a execução do projeto. Esta etapa prepara a infraestrutura e estabelece diretrizes, garantindo alinhamento e prontidão para a implementação. Execução e Implementação: Realizamos a aplicação prática dos planos, incluindo o uso de ferramentas, treinamento da equipe e execução das atividades. Esta fase materializa os esforços de preparação, adaptando-se às necessidades dos pacientes e
profissionais em execução. O ciclo de melhoria contínua é essencial, onde a identificação de riscos, a organização detalhada da acesso e qualidade de vida ao paciente.
RESULTADOS
Os resultados são: reorganização da RAPS – Rede de Atenção Psicossocial, observados na pratica, pois hoje todas as Unidades Básicas de Saúde tem: Agenda Permanente Saúde Mental – para atendimento compartilhado através da Teleconsulta ( especialista e Clinico da Unidade), isso fez com que comparando com os anos, a melhora de acesso fosse significativa, tais como: no ano de 2021, tínhamos 318 pacientes acompanhados, no ano de 2022 este número aumenta para 355 pacientes, no ano de 2023, ano das práticas do projeto, esse número sobre para 526, pacientes e por fim no ano de 2024, estamos acompanhando 782, pacientes de saúde mental, com agenda permanente nas unidades básicas de saúde. Outro resultado que está consolidado e o da estratificação de risco, que fez com que as
agendas das unidades básicas e da atenção especializada, ficasse organizada de forma a planejar e dar acesso aos pacientes, podemos ver isso nos números, pois hoje temos 365 pacientes de baixo risco, 249 pacientes de médio risco e 168 pacientes alto risco, isso permite, com que os desiguais sejam tratados em suas desigualdades, conforme seu grau de risco. E, outro resultado que vem sendo visto na pratica e o matriciamento, hoje temos 782 matriciamentos prontos, onde usuário, equipe multidisciplinar e o sistema SUS, dialogam com as melhores estratégias para a saúde mental do paciente. Por fim e o vídeo de depoimento do paciente, que reafirma os números acima, e demonstra reorganização e a qualidade de vida.
CONCLUSÕES
Conclui-se, que esta reorganização da RAPS – Rede de Atenção Psicossocial, através da atenção básica e atenção especializada, inserindo novos protocolos, fluxos, infraestrutura, tecnologias, para melhoria de acesso, inclusão, organização, acolhimento, assistência, matriciamento e monitoramento para colher resultados de qualidade de vida aos pacientes, no município de São Jose do Rio Claro MT. Está dando resultados esperados e fazendo com que os profissionais, os usuários, e demais atores envolvidos tenham dialogo, acesso, negociações e melhorias em toda a RAPS, desse território. A aplicação de uma metodologia nova, em um município que contou com sua atenção básica como a protagonista do cuidado em toda a assistência, e exemplo que quando a atenção básica tem suporte de gestão, infraestrutura, mesa de negociação, tecnologias, avaliação e monitoramento, a mesma reorganiza a rede, neste caso a RAPS, e entrega aos pacientes qualidade de vida.
PALAVRAS-CHAVES
Reorganização, RAPS, qualidade de vida
