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Confira como foi a live “Pós-Covid: Desafios no Cuidado”

Publicado em:
16 de junho de 2021

Na última sexta-feira (11), o Conasems promoveu uma live com três especialistas para uma conversa aberta com profissionais de saúde sobre os desafios do pós-covid. Para além do prolongamento de sintomas, são milhares os pacientes que, após dias ou semanas de internação em leito de UTI, necessitam de acompanhamento especializado seja porque perderam a condição de deglutir, falar ou de movimentar-se, ou porque outros órgãos como fígado e rins foram danificados.

Para debater sobre esse assunto, o Conasems convidou Zeliete Zambon, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade; Clezio Leitão, Doutor em Saúde Pública pela Fiocruz e professor adjunto de Medicina da UFPE; e Fabiana Sousa, fisioterapeuta e sanitarista, Doutora em Saúde Pública.

O primeiro a se apresentar foi o doutor Clezio Leitão, que fez uma explanação sobre os desafios no cuidado aos pacientes no pós-covid para os profissionais de saúde. O professor mostrou que somente em um ano e meio de pandemia, mais de 160 mil trabalhos sobre a Covid-19 foram publicados e salientou sobre a importância de realizar buscas confiáveis nesses artigos. “Aparentemente, foram produzidos mais artigos sobre a Covid-19 do que qualquer outra doença no mesmo período. Em termos de dedicação à ciência, isso cria um problema que é até onde todas essas publicações podem ser confiáveis. Um alerta é sempre recortar para os padrões com revisões sistemáticas e metanálises”, explicou.

Em seguida, o pesquisador apresentou uma linha do tempo com as descobertas científicas realizadas durante a pandemia. Também trouxe estudos sobre sintomas prolongados e sequelas da covid-19 em situações de manifestações clínicas que podem acometer todos os órgãos passando por doenças leves, moderadas e severas. Entre os desafios no cuidado depois da Covid-19, trouxe problemas relacionados com estresse pós-traumático, como sintomas de depressão, ansiedade ou alterações da cognição principalmente por profissionais de saúde e pessoas que tiveram familiares acometidos pela doença.

A segunda convidada a se apresentar foi Zeliete Zambon que trouxe uma explanação inicialmente focada na reorganização dos sistemas de saúde após a pandemia, inovações em saúde, saúde planetária em relação aos cuidados com o meio ambiente e o papel da atenção primária à saúde no Brasil. “Nós estamos criando os nossos próprios monstros, quando pensamos em saúde temos que pensar no equilíbrio do planeta, esta pandemia está sendo um alerta para a saúde planetária”, disse.

Em seguida, a médica apresentou informações sobre o que se sabe sobre a síndrome pós-covid e seus principais sintomas: fadiga intensa, dor crônica, fraqueza muscular, dificuldade para respirar, alterações de memória e fadiga mental. A doutora também tratou sobre a síndrome pós-covid em crianças, chamada de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica, quadro que, segundo ela, pode gerar consequências neurológicas, cardiovasculares e intestinais.

Para finalizar, Fabiana Sousa falou sobre a importância da atuação da fisioterapia e atuação das equipes multiprofissionais em pacientes que podem apresentar comprometimentos. “No Brasil, os pacientes que precisam desse tipo de cuidado normalmente são encaminhados para centros especializados em reabilitação e esse cenário que a gente atravessa vai mostrando que teremos um crescimento dessa demanda. A gente precisa pensar como vamos conseguir organizar essa rede de cuidados para dar conta dessa necessidade”, falou.

 

Condição pós-covid

A pandemia do novo coronavírus trouxe não apenas o desafio de gerenciar quadros graves nos leitos de internação. A dedicação de equipes multiprofissionais para salvar vidas e trazer conforto aos pacientes se estende também porta afora de UBS, Unidades de Pronto atendimento e hospitais. A chamada “condição pós-covid” já é um fato e tem exigido esforços de profissionais de saúde e da gestão para atenderem a esta demanda crescente no Brasil.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) tem investigado mais a fundo um conjunto de resquícios da doença (ou novos problemas de saúde gerados em decorrência da contaminação pelo SARS-CoV-2). As condições pós-covid geralmente manifestam-se a partir de quatro semanas após a infecção e podem acontecer em pacientes sintomáticos graves, mas também em pessoas que tiveram sintomas leves ou foram assintomáticas.

Um estudo que acompanhou 1.733 pessoas por seis meses após a infecção por Covid-19 em Wuhan, na China, mostrou que a maioria (76%) relatou pelo menos um sintoma nesse período posterior à fase aguda. Os mais relatados foram cansaço e fraqueza muscular (63%); dificuldades para dormir (26%); e ansiedade e depressão (23%). Além dos frequentes sintomas de fundo neurológico e psíquico, autoridades alertam também para consequências graves da covid-19 no pulmão e coração.

Confira na íntegra:

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